Costumo ter surtos nostálgicos com certa frequência
guardo sempre comigo um pedaço das cenas em que vivi
sinto a necessidade de memorizar o cheiro, o toque,
e todo cenário por qual percorri.
Passo pelo Gigante e decoro todos cantos
percorro com o olhar todo vermelho que sempre fez ofuscar
o azul do céu e do mar.
Penso na Redenção e lembro de cada instante
da bergamota, do chimarrão e da fonte.
Vou para a praia e trago comigo o cheiro do mar
da infância que jamais vai voltar.
Ando pela Independência, quanta festa, deus meu!
Só queria dançar, mas cansei de ver tudo girar.
Quantos aromas ainda vou lembrar
Quantos paladares ainda vou degustar
Quantos pedaços de papéis ainda vou guardar
Quantas músicas hão de tocar
Quantas lembranças me farão chorar
Quantos amores irão me tocar
Com quantas lembranças ainda vou ficar?
Os futuristas que me perdoem,
mas serei passadista até achar que da minha vida, tudo foi em vão.
Serei nostálgica por respeito a todos que passaram e passarão.