Com o avanço tecnológico, e
principalmente, com a explosão das redes sociais, tornamo-nos jornalistas de
nós mesmos, publicitários da nossa vida. Distribuímos informações como se conversássemos
com alguns amigos, quando na verdade estamos divulgando informações a uma rede
infinita de usuários, que podem usar o que você escreve tanto de forma
positiva, quanto da pior maneira.
Todos reclamam da falta da
privacidade que os anos 2000 trouxeram, mas estamos cansados de pessoas que
fazem check-in por onde andam, divulgam fotos que trazem mais do que um rosto
bonito na frente do espelho ou de dentro do seu carro.
A verdade é que a exposição virou
mania, a vontade de aparecer cresce quando ganhamos público. Alimentamo-nos da
vontade de mostrar que somos bons em alguma coisa, pode ser na academia, pode
ser nas letras, pode ser na criatividade, pode ser na graça, entramos numa
cyber selva, um mercado livre, em que aparecemos demais, às vezes somos de
menos.
A internet nos trouxe algo do
qual a humanidade nunca teve, o acesso rápido a qualquer informação, e por ser novo
queremos extrair o máximo que ela nos permite, como se quiséssemos correr atrás
do tempo perdido. Apesar de já existir gerações que cresceram
com a mão no mouse (mouse, isso já é coisa do passado), ainda não aprendemos a usá-la,
de maneira a filtrar o que queremos expor e absorver. Buscamos notoriedade baseada
na quantidade e no parecer, entretanto, esquecemos o não mais trivial: ser.