quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sinto que penso, que faço, o que nada sei
sinto estar perdida
entristecida e alienada da vida
respiro por saber que me faz viver,

vejo e ouço o que não quero
vejo e ouço o que não espero,
do qual sei, o que nada sei.

a minha solidez de outrora,
pode ser a morbidez de agora

o céu negro das nuvens que trarão a chuva do fim das horas
para por fim,
espantar a penunbra desse mundo sem ternura
pelo
resto
das
horas.

(Esse texto é antigo, mas eu gosto dele, traz sentimentos que não são a minha cara).

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Protesto Silencioso

    Há quem acredite que o mundo em que estamos vivendo adquiriu personalidade liberal maior do que no passado, ilusão, vivemos amordaçados pelo pensamento conservador e imaturo dos que dizem que protestar é fazer baderna, e de que lutar por algo mais justo é ajudar a vagabundagem.
   Diante de inúmeros protestos que as universidades federais e particulares andam passando, todas por motivos diferentes, acredito que ainda há um espírito jovem da nossa sociedade, do qual não morreu com as caras pintadas, nem envelheceu com o Sarney ainda representando o senado. Os movimentos continuam existindo pelos cantos do Brasil, e ir contra a corrupção, à injustiça e ao acúmulo abusivo do poder, é papel inquestionável de quem sofre por isso, de quem vê o mundo sendo guiado por um grupo que deixou os valores morais irem embora a medida que o poder lhes foi sendo alcançado.
   Somos nós os maiores mandantes do futuro da humanidade, e se queremos viver num mundo justo e com a nossa cara, foda-se a opinião de quem não tem base argumentativa pra ir contra a “baderna” gerada pelas manifestações, normalmente a mídia, que por vezes acaba implementando essa brilhante idéia na cabeça (que se não tivesse pura massa encefálica, seria uma privada embutida) do tipo de pessoa que adora falar de boca cheia que “na época da ditadura que era que bom”.
   Esperamos no mínimo de um jovem, que ainda não foi corrompido pela mídia parcial que predomina nos meios de comunicação em massa, nem foi tomado pela desesperança num mundo “mais ideal”, a mente aberta pra saber formar suas próprias idéias e defesas, que sejam não só justas para si, mas pela sociedade do qual é inserido, e de que não esqueça os valores morais uma vez aprendidos, que não só saibam passar para os seus filhos, mas saibam usá-los no momento preciso, para que não continuemos nesse antro de caráters despersonificados.

terça-feira, 7 de junho de 2011

primeiro encontro

Os olhos parecem piscar freneticamente, voltando-se para o chão como forma de desatenção, querendo na verdade, se ater a tudo.

As mãos encalalourados buscam refúgio no tecido da roupa, querendo sobretudo, alcançar as mãos alheias.

Os lábios acompanham a vontade do corpo inteiro, mas preferem sorrir, já que talvez seja essa a maior aproximação entre eles.

Os olhares que se cruzam, as vezes se entregam, as vezes se questionam, as vezes se analisam, como numa tentativa decorar o formato e a cor um do outro.

A grama, a formiguinha e o gato na calçada, distraem o olhar para escapar da ressaca.

As conversas surgem como salvação pro silêncio que insiste em querer ficar, a fim de mostrar que as bocas devem se tocar e os cabelos devem se bagunçar.

O caminho é longo, a permanência é duvidosa e o restante é prazeroso. Mas do caminho que percorre o amor, o que é claramente certo é a vontade, a vontade de seguir em frente, para sentir os efeitos do corpo e do coração novamente.

E o presente se faz como modo de ficar, como um aviso pra não partir.