segunda-feira, 15 de outubro de 2012


Cyber selva. 

   Com o avanço tecnológico, e principalmente, com a explosão das redes sociais, tornamo-nos jornalistas de nós mesmos, publicitários da nossa vida. Distribuímos informações como se conversássemos com alguns amigos, quando na verdade estamos divulgando informações a uma rede infinita de usuários, que podem usar o que você escreve tanto de forma positiva, quanto da pior maneira.
   Todos reclamam da falta da privacidade que os anos 2000 trouxeram, mas estamos cansados de pessoas que fazem check-in por onde andam, divulgam fotos que trazem mais do que um rosto bonito na frente do espelho ou de dentro do seu carro.
  A verdade é que a exposição virou mania, a vontade de aparecer cresce quando ganhamos público. Alimentamo-nos da vontade de mostrar que somos bons em alguma coisa, pode ser na academia, pode ser nas letras, pode ser na criatividade, pode ser na graça, entramos numa cyber selva, um mercado livre, em que aparecemos demais, às vezes somos de menos.
   A internet nos trouxe algo do qual a humanidade nunca teve, o acesso rápido a qualquer informação, e por ser novo queremos extrair o máximo que ela nos permite, como se quiséssemos correr atrás do tempo perdido. Apesar de já existir gerações que cresceram com a mão no mouse (mouse, isso já é coisa do passado), ainda não aprendemos a usá-la, de maneira a filtrar o que queremos expor e absorver. Buscamos notoriedade baseada na quantidade e no parecer, entretanto, esquecemos o não mais trivial: ser.